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Foto do escritorGilsom Castro Maia

TDAH em adultos



O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é definido como um distúrbio do neurodesenvolvimento que tem início na infância e é tipicamente caracterizado por desatenção, desorganização, hiperatividade e impulsividade. Os pacientes são geralmente classificados em três tipos: hiperativos e impulsivos, desatentos, ou uma combinação dos dois.


Dados recentes indicam que aproximadamente 11% das crianças de 5 a 17 anos nos Estados Unidos foram diagnosticadas com TDAH. Além disso, estima-se que cerca de 4% dos adultos sofram do distúrbio. Contudo, há apenas duas décadas, a maioria dos profissionais de saúde mental não acreditava realmente na existência do TDAH em adultos, como aponta Goodman.

No Brasil, cerca de 5% das crianças entre 5 e 17 anos foram diagnosticadas com TDAH. Entre os adultos, a estimativa é de 2,5%. No entanto, há apenas vinte anos, muitos profissionais de saúde mental no Brasil também não acreditavam na existência do TDAH em adultos.


Para diagnosticar a condição, os médicos utilizam a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o manual oficial de transtornos mentais da Associação Psiquiátrica Americana. Este manual contém um requisito um tanto arbitrário: para atender aos critérios diagnósticos de TDAH, sintomas significativos, como esquecimento contínuo e fala fora de hora, devem estar presentes em pelo menos dois momentos antes dos 12 anos. No entanto, pacientes mais velhos podem não se lembrar dos sintomas da infância ou afirmam que esses sintomas eram leves.


O DSM lista nove sintomas de desatenção e nove sintomas de impulsividade-hiperatividade que são usados para avaliar se um adulto ou uma criança tem TDAH. No entanto, o DSM não inclui formalmente sintomas relacionados à desregulação emocional, que ocorre quando alguém tem dificuldade em controlar o humor. Também não menciona oficialmente déficits de funcionamento executivo, como problemas de planejamento, organização e autorregulação. No entanto, estudos descobriram que esses são alguns dos sintomas mais comuns que os adultos com TDAH apresentam, segundo Russell Ramsay, psicólogo especializado no tratamento de TDAH em adultos.


Pessoas com TDAH também são propensas a ter outras condições coexistentes, como transtorno por uso de substâncias, depressão ou ansiedade, o que pode dificultar para médicos e pacientes entenderem se seus sintomas são resultado do TDAH, especialmente quando os sintomas se sobrepõem.


Se você apresenta sintomas que sugerem TDAH, é recomendado procurar primeiro um psicólogo que entenda do distúrbio. Posteriormente, um neuropsicólogo poderá realizar uma avaliação neuropsicológica. Após essa avaliação, você será encaminhado para um psiquiatra e, em sequência, manterá as sessões com seu psicólogo. Esse percurso permite um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais eficaz, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente.


Referências bibliográficas, podemos incluir:

Prevalência do TDAH no Brasil:

  • Polanczyk, G., de Lima, M. S., Horta, B. L., Biederman, J., & Rohde, L. A. (2007). The worldwide prevalence of ADHD: a systematic review and metaregression analysis. The American Journal of Psychiatry, 164(6), 942-948.

  • Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA). Disponível em: http://www.tdah.org.br

Sobre a aceitação do TDAH em adultos:

  • Barkley, R. A. (2015). Attention-deficit hyperactivity disorder in adults. In A. M. Kring & D. M. Sloan (Eds.), Emotion regulation and psychopathology: A transdiagnostic approach to etiology and treatment (pp. 235-260). Guilford Press.

  • Ramos, C. G., Leite, T. O. A., & Ratto, L. R. (2018). Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade em adultos: uma revisão narrativa. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 14(2), 71-80.


Gilsom Maia

Neuropsicólogo

Psicólogo Clínico

Psicólogo do Esporte

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